Medicina e Espiritualidade vira
disciplina em universidades
A HIPNOSE PODE AJUDAR A POLÍCIA A DESVENDAR CRIMES..
http://inconscientecoletivo.net/a-hipnose-pode-ajudar-a-policia-a-desvendar-crimes/#
Polícia de SP vai usar hipnose
para fazer retratos falados e investigações.
SÃO PAULO - Imagine uma testemunha ou vítima
de crime deitada confortavelmente em um sofá.
Um psiquiatra conversa com ela e usa técnicas
de hipnose para quebrar barreiras do trauma.
Em poucos minutos, ela revela as informações
e em outro ponto da sala um retrato falado do
criminoso ganha formas.
Embora pareça cena de ficção, o método do
hipnotismo é a próxima aposta da Polícia Civil
de São Paulo na investigação de crimes graves.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à
Pessoa (DHPP) pretende criar o primeiro setor
de hipnose forense do Estado, em sua sede, no
centro da capital paulista.
O objetivo é extrair informações do
subconsciente das pessoas hipnotizadas, para
que relembrem informações que consideram
esquecidas.
O mesmo modelo existiu com sucesso, por mais
de dez anos, na Secretaria de Segurança do
Paraná, mas acabou suspenso por falta de
especialistas.
A proposta surgiu na polícia paulista no fim
do ano passado e já foram realizadas duas
reuniões com médicos do Instituto de Psiquiatria
do Hospitaldas Clínicas (HC) para formalizar um
convênio.
Enquanto isso, já começaram os planos para
mudanças na estrutura física do prédio do DHPP.
Uma sala específica para o setor de arte forense
(onde se elaboram retratos falados) está sendo
criada com aspectos de consultório médico:
ambiente com isolamento acústico, sofá
confortável e antessala para parentes de
testemunhas.
Esse setor vai ser inicialmente utilizado pela
arte forense e é ali que o DHPP pretende realizar
as sessõesde hipnose. "A princípio, a orientação
para toda a polícia de São Paulo é aperfeiçoar os
retratos falados, ferramentas importantes nas
investigações", diz o diretor do DHPP, Marco
Antônio Desgualdo.
"Mas também vamos trabalhar com técnicas
para despertar o que testemunhas têm na
memória, como foi feito no Paraná. Negociamos
um convênio e depois vamos submeter à
Delegacia Geral."
Detalhes. Com a ansiedade neutralizada - no
chamado"estado alterado de consciência", ou
"transe hipnótico" -, vítimas e testemunhas
poderão relembrar detalhes que ajudem a
elucidar os crimes. A vítima vai lembrar,
por exemplo, da roupa que o criminoso usava,
ou de marcas em seu rosto. Também
recordará detalhes do local do crime. No Paraná,
uma pessoa hipnotizada lembrou do emblema
de empresa em um caminhão e, a partir dali,
encontrou-se o motorista que testemunhou
um caso de atropelamento. O criminoso foi
encontrado. A técnica é vista com entusiasmo
no DHPP. "Tem tudo para dar certo. Amplia o
leque de ferramentas que a polícia tem para
elucidar crimes", disse a delegada Fabiana
Sarmento, coordenadora do setor de
Inteligência do DHPP, que encabeça as
negociações do convênio. "Será um setor
(o de hipnose) aberto para toda a polícia,
útil para ajudar vítimas de crimes graves,
que chegam bloqueadas e poderão relaxar
e passar mais informações", disse Sidney
Barbosa, coordenador de arte forense do DHPP.
A exemplo do Paraná, porém, a hipnose em
investigações deve sofrer críticas em São Paulo.
A validade desses depoimentos é questionada.
"Ao depor, a pessoa deve estar livre e
consciente,como prevê a lei. Qualquer
depoimento tomado com alguém hipnotizado
será visto como prova ilegal", disse o advogado
criminalista Carlos Kauffmann, conselheiro da
Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo
(OAB-SP). "A defesa questionará a autenticidade
do inquérito."Para minimizar esse tipo de
problema, segundo o DHPP, a técnica será usada
apenas em testemunhas e vítimas